segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Depoimento para Blog do Conviver


A Luciene me pediu para escrever um depoimento sobre a minha trajetória profissional com o autismo. Ok. Topei na hora... sem fazer idéia de como isso podia ser difícil. Afinal, eu sempre estive ligada ao autismo; mas por quê? Quando precisei escolher o curso superior que faria optei por Educação Artística na Faculdade de Artes do Paraná, por já estar envolvida com fotografias e pinturas, mas também por ter a certeza de que gostaria de estar dentro da sala de aula, em contato direto com alunos; só não sabia, ainda, que alunos seriam esses.

No terceiro ano de faculdade uma amiga me chamou para fazer parte de um grupo da FAP, criado por professores da instituição, que estavam discutindo e inserindo a questão da educação artística na escola de educação especial. Participei do grupo por dois anos, período em que tive a oportunidade de conhecer “o tal AUTISMO”. O prazer, a curiosidade e as descobertas foram tantas, que meu trabalho final de curso foi nesta área.

A esta altura a formatura estava próxima e eu precisava de emprego. Queria estar dentro de uma sala de ensino regular, mas não queria abandonar tudo o que tinha feito nos dois anos do projeto. Comecei, então, a pesquisar instituições em Curitiba onde eu pudesse, literalmente, bater à porta e pedir uma chance. Foi aí, que outra amiga me falou do Conviver. Liguei, o Rafa atendeu (lembro até hoje) e marquei hora com a Luciene. Nossa, que lugar diferente...

Conversei com a Luciene, conheci algumas pessoas da equipe e a grande chance me foi dada. A Lu pediu para que eu voltasse outro dia para fazer um teste. Teria que preparar uma atividade de artes para trabalhar com um grupo de meninos da sala azul!

No dia do tão esperado teste, para a minha surpresa, a Luciene sentou juntou e fez a atividade com os meninos. Lembro bem... peças de jogo com papel marche! Conversamos mais uma vez, ela me deu várias dicas, várias indicações de livros e então comecei o meu trabalho no Centro Conviver.

Neste período dava aulas em uma escola regular durante as tardes, e nas manhãs me dividia entre a sede da Nilo Peçanha e a de Santa Felicidade.

Então, em setembro do mesmo ano, veio a notícia, meu marido foi aprovado em um curso de mestrado na Universidade do Porto, em Portugal, e havíamos decidido nos mudar. Chamei a Luciene para conversar, sentamos no antigo escritório da Nilo Peçanha... para variar, meus olhos cheios de lágrimas... e disse para ela que teria que sair do Conviver..

Passamos três anos em Portugal e logo que lá cheguei consegui fazer entrevista e prova para um mestrado em Ciências da Educação; fui aceita e comecei o curso. Tinha, então, outro desafio pela frente: como conseguir, em um curso que discutia questões de gênero na educação, políticas públicas, globalização, sociologia da infância e epistemologia, inserir a temática do autismo? Conversa vai conversa vem, consegui montar meu projeto de pesquisa dentro do gabinete de sociologia da infância e fui aceita em uma Unidade de Ensino Estruturado para Autistas, a fim de que pudesse realizar a minha pesquisa. Assim, discuti a relação de pares no contexto escolar, sob a ótica das crianças do ensino regular e da unidade de ensino estruturado!

Quando voltei ao Brasil não tinha dúvidas, queria dar continuidade ao trabalho com o autismo. Conversei com a Luciene e veio a proposta de retornar ao Conviver! Nossa, o número de crianças havia aumentado muito, a equipe também estava crescendo. Eu tinha acabado uma pesquisa teórica e de campo... estava na hora de voltar a colocar a “mão na massa”, mas eu sabia que meus estudos e leituras não poderiam parar.

Um ano depois de ter retomado o trabalho diário no Convis, achei que a minha prática precisava de mais, então resolvi fazer a pós-graduação em Psicopedagogia da PUCPR. O objetivo era entender melhor os processos de aprendizagem. Sabia que o processo de aprendizagem das crianças com autismo é diferente do das crianças com desenvolvimento típico, mas queria discutir e estudar essas diferenças mais a fundo. Foi isso que fiz e valeu a pena. Hoje entendo melhor por que é tão difícil inserir “as nossas crianças” no ensino regular, entendo melhor a importância da forma de trabalho que temos no Conviver e já consigo explicar tudo isso de forma mais clara para outras pessoas.

Trabalhar com o autismo exige muita vontade! Não dá para parar de ler, porque sempre temos novas pesquisas sobre as causas e a prática (ainda bem!), não dá para desanimar, porque o nosso trabalho é de formiguinha; não dá para parar de fazer exercício físico, porque o nosso trabalho exige muito do nosso corpo e não dá para parar de respeitar as crianças e suas famílias!

Inês Silva

arte educadora . psicopedagoga

sábado, 28 de janeiro de 2012

I WORKSHOP AUTISMO E REALIDADE

Save the Date – “I Workshop Autismo & Realidade”

Save the Date – Dias 14, 15 e 16 de Junho de 2012 – São Paulo – SP

“I Workshop Autismo & Realidade”

Uma parceria com a University of Miami / Nova Southeastern Center for Autism and Related Disorders, com o objetivo de atualizar conceitos teóricos e desenvolver habilidades práticas para a implementação de intervenções multidisciplinares com crianças com TEA.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

La esperanza del navegante I (1968)

2012
cheio de novos planos
novos sonhos
sorrisos
alegrias
conquistas!